Esta música foi criada por mim a mais de 30 anos atrás e não saberia precisar a data exata. Tenho muitas composições com letra, originalmente feitas para canto acompanhado de violão feitas entre meus 15 e meus vinte e tantos anos de idade.
Agora que tenho mais de 50, achava que essas composições estavam perdidas. mas encontrei mais de 50 antigas fitas cassete com estudos meus em um armário, e no meio delas, 3 fitas com músicas minhas (ou rascunhos musicais) dessa época, na maioria cantigas de amor.
Graças à gentileza de uma vizinha, à qual agradeço por ter me dado seu antigo toca-fitas em perfeitíssimo estado de funcionamento, posso agora ouvir essas fitas (por sorte ainda são audíveis), e estou começando a transcrever as músicas criando novos arranjos para elas.
"Janela da Lua" é uma dessas minhas composições antigas, a primeira que resolvi transcrever e rearranjar. Não me lembrava dela e fiquei encantado com o "reencontro" com ela, naquela minha voz de adolescente numa velha fita cheia de ruídos, que me fez recordar do processo de criação na época. Ela ajuda a compreender como é antiga a temática de que me utilizo em uma música bem mais recente para a qual já publiquei um videoclipe no YouTube, intitulada "Carinhoso Lobisomem". Na verdade ainda acho que o arranjo ficou um pouco "sujo" por excesso de notas se destacando umas das outras... acho que ainda vou mexer no cavaquinho, pra deixá-lo um pouco mais "obediente" à melodia principal (ou pra usar uma linguagem mais nietzscheana, "deixar o impulso maior dominar" rsrsrs...).

A música aqui está em versão instrumental, mas tem uma letra, que se canta acompanhando o saxofone (a melodia principal), e é a seguinte:

Lua cheia no conta-gotas,
Na beira da janela dela tudo muda em mim!
E enquanto coço meu focinho vou cantando…
Auuu! Au-au-auuu!

Essa mulher me desafina…
A navalha da sorte.
Esse olhar com asinhas de fogo…
É de desnortear qualquer um e fui eu!
Não quero mais voltar, nem sei pra onde ir!
Auuu! Au-au-auuu!

Essa mulher me desatina,
Feito cachaça forte.
Esse olhar com asinhas de fogo…
Incendeia meu corpo de palha…
De palhaço espantalho,
De lobo empalhado
Querendo e querendo morder…!

Essa mulher me desafina...
A navalha da sorte,
Esse olhar com asinhas de fogo…
Qu’ incendeia meu corpo de palha…
De palhaço espantalho,
De lobo empalhado
Querendo e babando de bobo...

Querendo e babando de bobo
Um lago encantado
Só de desejo,
Pra lavar os és dessa mulher
Que ainda não acredita…
Mas é a própria Lua,
Com muito muito medo…
De sair das nuvens
E molhar seus cabelos no amor
Outra vez!

Lua cheia no conta-gotas,
Na beira da janela dela tudo muda em mim!
E enquanto coço meu focinho vou cantando…
Auuu! Au-au-auuu!

Auuu! Au-au-auuu!

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    Pop
    • Type: Original
    • 93.5 bpm
    • Key: D
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    • São Paulo, Brazil
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