Uma vez quebrei um osso da mão (o escafóide) tentando ensinar (com mais de 5 décadas de idade) um adolescente a fazer uma manobra de skate. Foi a primeira vez na vida que tive de usar algo parecido com o gesso para imobilizar um osso na posição certa *na verdade uma tala com um pouco de gesso e uma faixa). A experiência apesar de engraçada estranhamente me marcou fundo.

Vinha estudando na época o mito mesopotâmico da vivaz, criativa e ousada deusa Inana e de sua "sombra", Ereskhigal, a deusa da morte e dos ciclos fatais e inelutáveis de transformação da natureza. E vinha então constantemente na minha imaginação a imagem do envelhecimento e da morte aproximando-se rapidamente na figura dessa deusa sombria (Ereskhigal), como se ela tivesse dado de repente um salto e mordido meu braço, e ficado ali, sem largar...

Ficava então brincando de me imaginar implorando à deusa Inana que me ajudasse no sentido de que Ereskhigal (sua sombra) largasse meu braço rsrsrs. Mas até essa imagem não deixa de ter algo de cômico e estrambótico.

Então, como a imaginação mítica me deixou marcada essa passagem na memória, dando-lhe uma significação e importância talvez excessivas, pensei em fazer agora, finalmente (muitos anos depois), uma música inspirada no que me ocorreu naquela época (no lado cômico e estrambótico da coisa, pelo menos).
A música é esta.

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    Jazz
    • Type: Original
    • 116 bpm
    • Key: Dm
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    • São Paulo, Brazil
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