Parafraseando o filósofo Nietzsche, que dizia que Deus está morto, hoje vimos cair aquele a quem a camisa de Deus do futebol melhor cabia. Um Deus tangível. Um ídolo possível. Diego Maradona era o maior de todos os argentinos em duas as esferas. Se existir uma personificação da portenhidade - se é que essa palavra existe -, ninguém a representa melhor que ele. Vindo de um país que tem o tango com uma das referências culturais, El Pibe viveu na sua essência a dualidade entre o êxtase das paixões e a melancolia. Mas não só isso. Era latinoamericano por excelência e, como tal, era afeito a personificação das coisas e as contradições, que tanto vemos por aqui. Era Deus, mas era humano, demasiadamente humano. A quem diga que foi um rockstar de chuteiras, o primeiro atleta-personagem do futebol em tempos não tão midiáticos. Alguém que queria ser amado por seu povo - e foi - e ansiava por ter sucesso, este que o acabou mastigando e engolindo. O homem que venceu uma guerra em campo. Que marcou o mais belo e mais significativo gol da história das copas. Descansou em sua angústia, aquela que parece ser o preço pago pelos que recebem a graça de serem gênios. Aliviou-se. Seu legado nunca será esquecido. O homem que virou Igreja e religião encontrou-se com "la mano de Dios" e de lá do céu vê como foi amado e idolatrado. Obrigado por tudo. Obrigado por tanto. Descanse em paz, Don.

Equipe: Vítor Aguiar e Yago Mendes.
Edição: Vítor Aguiar.

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    • 87.5 bpm
    • Key: Abm
    • Recife, PE, Brasil
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